cenografia para:
romeu & julieta
amor: a mais discreta loucura.
amargo veneno e mitigada doçura.
dança contemporânea com coreografia de daniel cardoso para a quorum dance company. estreia em outubro de 2020 no cine-teatro d. joão v, damaia.
fotografia de cena © cristina cardoso
dramaturgia: ana lázaro e daniel cardoso; música: sergei prokofiev; desenho de luz: daniel cardoso; figurinos: maria monte; vídeo: filipe monteiro; equipa técnica: rui daniel e marco dias; produção: raquel vieira de almeida.
"esta nova produção nasce do desejo de continuar a trabalhar os grandes clássicos, dando seguimento ao trabalho desenvolvido com “lago dos cisnes” e “sagração da primavera” de daniel cardoso, relacionando-os com a vida e a sociedade de hoje. o coreógrafo assume desta vez o desafio de apresentar uma nova criação inspirada em "romeu e julieta", uma das obras mais conhecidas de shakespeare, e indubitavelmente um dos clássicos mais revisitados da história da literatura dramática. talvez porque o amor - na sua conceção romântica e absoluta - aquele que é incondicional, transcendente e redentor, continue a ser alvo de pesquisa, espanto e inquietação. esse lugar inexplicado que resgata as emoções mais violentas, as mudanças mais avassaladoras, as ações mais decisivas. nesta abordagem procura desafiar-se a centralidade de romeu e julieta: multiplicados numa visão contemporânea, numa arena em que todos sem exceção, passam a ser romeus e julietas. num universo onde individualmente, todos os homens e mulheres se cruzam de alguma forma no percurso simbólico destas personagens, e experimentam diversas formas de amar. destaca-se ainda a noção de aleatoriedade, ou destino, neste grande palco da esfera social, em que o encontro do amor genuíno pode transformar-se num incontrolado jogo do acaso. mas sobretudo, procura resgatar-se o espaço para reencontrar o amor na sua essência mais humana e crua. a sua força irredutível e capital. o seu poder universal. porque, independentemente das nossas diferenças culturais, sociais e individuais, há algo em que podemos ser unânimes: na fé de que a condição humana seria inconcebível sem o amor. o amor que nos alimenta e simultaneamente nos consome, que nos orienta e faz perder, que pode ser imenso quanto o imensurável mundo interior de quem ama. ou como descreve romeu: "amor: a mais discreta loucura. amargo veneno e mitigada doçura." daniel cardoso
registos de maquete © hugo f. matos
vídeo com o diário de concepção © hugo f. matos