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cenografia e figurino para:

tomei-lhe o hábito

a partir da obra "as cartas portuguesas"

de sóror mariana alcoforado.

 

performance de pedro antunes e laura lamas. estreia no espaço do urso e dos anjos, lisboa em junho de 2012.

fotografia de cena © hugo f. matos

registos do processo © hugo f. matos

"este projecto surge no âmbito académico de tese final de mestrado, em artes performativas – interpretação - escola superior de teatro e cinema, na qual optei pelo trabalho de projecto – concepção de espectáculo, sob a orientação do prof. dr. david antunes e co-orientação do professor, artista e meu amigo pedro antunes (o primeiro responsável pela teoria, o segundo pela prática do trabalho de investigação e de criação). a minha tese de mestrado teve como ponto de partida a teoria de john. l. austin – quando dizer é fazer, mais especificamente o conceito de performativo, condição de felicidade e de infelicidade. austin instigou questões e detonou concepções que promoveu a construção da hipótese do fazer-dizer. ou seja, aquele que não “comunica” apenas uma ideia, mas “realiza” a própria ideia que comunica. com base nesta teoria, juntamente com pedro antunes, partimos para a criação da performance, na qual procurámos explorar de forma desigual as diversas possibilidades do discurso, que se manifestam por diferentes vozes, movendo a intérprete nas suas acções performativas e na manipulação de materiais e, consequentemente, na produção de imagens (uso de multimédia).​ partimos do livro "as cartas portuguesas de sóror mariana alcoforado" surgindo o texto "tomei-lhe o hábito" escrito, especificamente, para esta performance, pelo pedro antunes. a escolha deste texto foi motivada pelo conteúdo do discurso de mariana alcoforado – (discurso amoroso falhado). achámos o texto interessante, no ponto de vista, de grau de intimidade, seguindo uma lógica de confissão, declaração amorosa, desabafo. (formalmente uma carta, que obedece a uma relação de um para um) e por isso, em performance, abandonámos o elemento “carta” e rompemos com a relação lugar-público, lugar-palco, permitindo nos assim explorar uma performance intimista para dedicar amor. mariana começa por dizer as suas lamentações dirigidas pessoalmente a cada elemento do público e, numa apoteose neurótica explode e levita para o universo à procura do seu amor. ela metaforiza-se em cometa. desafia a ordem natural do universo, a ordem de deus, e procura no cosmos o seu amor, como cometa em chamas, símbolo de um amor auto-destrutivo." laura lamas e pedro antunes

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